Universo num único verso...

A terra é de todos!

Alguns me chamam de selvagem
"Ser civilizado", seja franco
não é ter em minha bagagem
a cultura do homem branco

Silvículas, e´uma outra designação
Como se a selva fosse nosso lugar
Somos pessoas, com alma e coração
com direito de "ir e vir", sem lutar.

Sou indígena com muito orgulho
Aqui meus ancestrais reinaram
E agora fazem todo este barulho
Acreditando que nos domaram

Homem branco quer respeito?
Homem branco seja perspicaz.
Índio não quer preconceito
Índio quer viver em paz!

Ciça

Sobre a fotografia...

Desatino

Quero-te tanto...tanto...
Deveria ser proibida tanta querência
Mas isto já não me causa espanto
Meu coração aprendeu a ter paciência.

Quero-te tanto...tanto
que meu coração fica apertado
Ele rendeu-se ao seu encanto
e hoje só quer estar ao seu lado

Teus carinhos tornaram-se meu alimento
Longe deles, meu corpo inteiro padece
Tornou-se parte de mim: é o que me parece...

Quem me dera controlar tal sentimento
Não demonstrar que me tira do prumo
Mas basta te olhar, e perco meu rumo.

Ciça

Pós almoço

Seguro mais um bocejo
Não consigo disfarçar o sono
Claro, não é meu desejo...
Preferia estar ouvindo o Bono*

Do meu lado, ouço burburinhos
A palestra, um assunto "leve"
Por favor, me dêem dois palitinhos
Ou farei o que não se deve...

Para a letargia então driblar
Começo a escrever este soneto
E assim, meu cérebro acordar.

Ai, como é difícil a concentração!
Na próxima, fico atenta, eu prometo!
Um energético pode ser a solução...

Ciça

*Bono Vox, vocalista do U2

Metamorfose II

Hora de despertar para o mundo!
Aos poucos, ela rompe o casulo
que acreditavam ser seu túmulo.

Não pode perder mais um segundo!
Quer como as outras, ser admirada
Sentir-se bela, uma pequena fada

Mas precisa ser paciente
Suas asas ainda estão enrugadas
Apressar, causaria um acidente!

Logo, com o vento serão levadas
sem destino, sem preocupação...
Ela e suas irmãs antes enclausuradas.

Viagem de pura emoção!

Ciça